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24 de janeiro de 2019

A esquerda precisa parar de passar pano para o Maduro

FOTO: José Cruz/Agência Brasil
É TUDO REGIME MILITAR

Um regime nacionalista que se apoia em “proteger o país de inimigos externos”, com um governo apoiado no Exército. Um governo populista, irresponsável no aspecto econômico, militarista e que levou o país ao atraso, ao buraco. Estou falando da Ditadura Militar Brasileira ou do regime chavista tocado agora por Nicolas Maduro? O fato de Chaves ter sido eleito com apoio popular e os militares tomaram a força é principal diferença. Nos demais, troca-se o a farda vermelha pela farda verde-amarela.

AUTORITARISMO

O regime de Chávez era populista, demagogo, montou a economia apenas a base do petróleo. Mas tinha apoio popular e sofreu um golpe de Estado (mal feito). Agora, Nicolas Maduro…Ele ganhou eleições suspeitas de irregularidades, convocou uma Constituinte para alterar aquela criada por Chávez só para tirar força da oposição no parlamento. Perseguiu adversários, destruiu até mesmo o legado positivo do antecessor, que criou programas sociais importantes. Tanto é que já há uma dissidência no chavismo contra Maduro, um governante irresponsável, autoritário, que deveria deixar o governo.

AFUNDANDO JUNTOS

A esquerda brasileira apoiar Chávez, principalmente quando foi vítima de um golpe de Estado, tudo bem. Mas manter o apoio a Maduro depois de tudo que aconteceu é burrice.  O desastrado governo Bolsonaro, que conseguiu acumular problemas em menos de 30 dias de gestão, vai se aproveitar MUITO do apoio do PT ao Maduro para manter o apoio popular.  A esquerda precisa parar de passar pano para o Maduro. É preciso reconhecer publicamente que ele é um desastre.

NEM A, NEM B

Criticar e denunciar Maduro não significa dar um cheque em branco para a oposição venezuelana. Não significa apoiar Guaidó, o líder do parlamento que se autoproclamou presidente interino do país. A oposição venezuelana também é responsável pela crise, desde 2002, quando tentou um golpe em Chávez, passando por algumas lideranças que declararam guerra ao chavismo, favorecendo seu discurso.

A SAÍDA E MEDIAÇÃO

Especialistas em política internacional são quase unânimes em afirmar que a saída melhor para a Venezuela era um acordo entre governo e oposição onde: a) Maduro deixasse a presidência, b) fossem convocadas eleições com fiscalização internacional e regras bem claras definidas no acordo, c) ocorresse uma transição política sem guerra entre o governo atual e o novo.  Porém, não há interesse em nenhum dos lados para que isso ocorra. A Venezuela já teve líderes de oposição conciliadores, mas o chavismo o destruiu. Um acordo desses só ocorreria com mediação internacional, ou melhor uma pressão internacional nos dois lados.

O PAPEL DO BRASIL

Deveria ser do Brasil a iniciativa para resolver a situação da Venezuela através de um acordo. É o mais país da América Latina e os venezuelanos precisam do Brasil para a reconstrução do país. Dilma poderia ter feito isso após a primeira eleição de Maduro, quando a crise se intensificou. Mas preferimos ficar do lado do Maduro, sem dialogar com a oposição. Agora, o cenário se inverte. Bolsonaro e sua trupe não têm condições de mediar a crise pois já escolheram um lado.

O NANICO

O governo Bolsonaro discursa contra Maduro, mas nada ajuda o país a sair da crise. Como dito antes, o Brasil poderia fazer Maduro sair sem guerra, dispõe de mecanismos para isso. Mas até agora, o governo brasileiro não fez nada além de xingar muito no twitter. Talvez porque não saiba como fazer.

AS OUTRAS ESQUERDAS

Portugal, Espanha, Equador e Uruguai são governados também pela esquerda. E tomaram outras posições diferente do PT no Brasil. O apoio de China e Rússia a Maduro é por interesses econômicos. O Brasil não deveria tomar partido nessa história, deveria mediar o conflito. Mas tratando de Bolsonaro estamos pedindo demais…

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