As fortes chuvas e o calor intenso colocaram o meio ambiente de volta às manchetes dos jornais brasileiros. Em Portugal, o destaque vai para o Dia da Sustentabilidade, comemorado no último 25 de setembro. Mas afinal, os jornais que tanto falam, também se preocupam com práticas de ESG e sustentabilidade?
Primeiramente, é preciso conceituar ESG. Trata-se do acrônimo para Environmental, Social & (corporate) Governance, ou, Ambiental, Social e Governança corporativa. São três vetores para práticas que uma empresa ou organização deve aplicar visando a sustentabilidade.
A origem desse termo remete aos anos 90, quando o consultor britânico John Elkington publicou o livro The Triple Bottom Line. Em resumo, o autor afirmava que uma empresa não deveria se preocupar apenas com a sustentabilidade financeira, mas também social e ambiental. O acrônimo ESG surgiu como um guia para práticas corporativas, dentro dessas três dimensões da sustentabilidade.
Em outras palavras, pode-se dizer que uma empresa não deve se preocupar apenas com o lucro para continuar existindo. Questões sociais, como direitos humanos, condições de trabalho e questões ambientais como esgotamento de recursos e tratamento de resíduos também devem ser priorizadas.
A questão ambiental, principalmente as mudanças climáticas, ganharam espaço na imprensa e na sociedade ao longo do século XXI. Em 2015, a ONU lançou a Agenda 2030, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Esses objetivos estão diretamente relacionados ao tripé ESG e sustentabilidade. Muitas das linhas de financiamento para projetos no mundo passaram a se associar a ESG, sendo obrigatório os projetos estarem associados ao menos a um dos 17 ODSs.
No Dia da Sustentabilidade em Portugal, o jornalismo deu destaque para algumas críticas ao termo ESG. Alguns autores consideram dispensáveis, outros entendem que houve uma redução do debate com a sigla. Há ainda, críticas a prática de greenwashing, a falsa preocupação com o meio ambiente. Por outro lado, a sustentabilidade continuará na pauta, com ou sem o termo ESG.
Afinal, o jornalismo possui a preocupação ambiental e de sustentabilidade? Os meios de comunicação adotaram uma agenda com práticas ESG? Ou as seções dedicadas ao tema são apenas um greenwashing na informação
Antes de tudo, pergunta-se: o que seria ESG em uma empresa de comunicação? Quais práticas ambientais um jornal pode realizar? A princípio, o S e o G da sigla são coisas fáceis para pensar, o problema está no E.
Podemos partir do princípio que uma empresa de comunicação não agride muito o meio ambiente. Talvez, a impressão seja o único problema fácil de verificar. Porém, se olharmos para os 17 ODSs propostos pelo ONU, podemos fazer vários questionamentos:
O objetivo desta publicação é abrir o debate interno sobre ESG e sustentabilidade no jornalismo. Dessa forma, abre-se a discussão em duas vertentes: práticas internas de sustentabilidade nos jornais e uma análise dos conteúdos publicados e espaços para a agenda sustentável.
Portanto, teremos mais duas publicações sobre o assunto: uma sobre os especiais de sustentabilidade dos jornais Público e Expresso, em Portugal e um segundo sobre os projetos semelhantes no UOL e Globo no Brasil. O material sobre práticas internas irá demorar mais, afinal, irá requerer outras ferramentas de pesquisa.
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