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Estamos diante de uma eleição imprevisível histórica. Um dia, a pesquisa Ibope aponta uma rejeição crescente para Bolsonaro, que perderia o segundo turno para qualquer adversário. Uma situação difícil de reverter, pois sua rejeição crescia justamente com o aumento da exposição do candidato. Eis que um imbecil maluco decidiu dar uma facada no candidato em um comício. Pronto: o candidato do PSL sobreviveu ao ataque e ganhou mais fôlego para a campanha, explico abaixo:
A comoção por um candidato que sofre um atentado é inevitável. Lembramos da morte de Eduardo Campos (PSB) em 2014, que impulsionou Marina Silva. O candidato que tinha como problema justamente o fato de defender o ódio, a ditadura, a tortura, agora pode se posar de vítima. Ele fará isso, como qualquer candidato faria.
Cada vez que Bolsonaro abria a boca para falar seus discursos tradicionais, ele alimentava mais a sua militância enquanto via sua rejeição aumentar. Claro: ou tu apoias incondicionalmente o que ele defende, ou tu repulsas toda a ideologia que ele traz. Agora, pós atentado, Bolsonaro estará na mídia, como vítima, e sem condições de aumentar a rejeição com suas ideias.
Dizer que Bolsonaro vai ganhar as eleições por causa do atentado é precipitado. Marina captou os votos da comoção da morte de Eduardo Campos em 2014, mas perdeu eles no mesmo mês, ficando em terceiro lugar. A primeira reação ao atentado deve ser a consolidação do seu atual eleitorado, o que praticamente o garante no segundo turno. Depois do dia 7 de outubro são outros quinhentos.
Geraldo Alckmin (PSDB) tinha decidido atacar Bolsonaro por entender que os dois brigam por uma vaga no segundo turno (a outra é da centro-esquerda). Porém, vale a pena atacar um candidato que sofreu um atentado? Se os tucanos desistirem de entrar no segundo turno no lugar do PSL vão precisar atacar o PDT e a Rede. O jogo mudou…
Quando o PT vai finalmente oficializar Haddad? Lançar agora é uma má ideia, pois as atenções estão voltadas para o PSL e o PT precisa de mídia para dizer que Haddad é o candidato de Lula. Mas se não for agora, quando?
As críticas de Temer a Alckmin e depois a Haddad no Twitter mostram um fim melancólico do ex-presidente em exercício. O mais impopular presidente da história revela-se um rancoroso, chato, que não aceita críticas e vive distante da realidade. Os vídeos de Temer não afetarão as eleições, apenas gerarão ótimos memes.[:]
Uma coluna para palpitar e comentários os movimentos do mercado da mídia
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