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A venda da Abril e notas fim de ano

A família Civita vendeu nesta semana, 100% do Grupo Abril, editora responsável por revistas como Veja e Exame. O empresário Fabio Carvalho, segundo o site Infomoney um especialista em recuperação de empresas, pagou um valor simbólico de R$ 100 mil pela empresa, além de assumir toda a divida do grupo, em torno de R$ 1,6 bilhão. Carvalho ainda não definiu quem será o Publisher, mas o contrato prevê que o novo proprietário não possa vender a revista Veja separadamente a um terceiro.

MUDANÇAS

O Grupo Abril, que já foi um dos gigantes da comunicação do Brasil, pediu recuperação judicial em agosto. A editora era especialista em produção de revistas, mas não soube de adaptar os tempos atuais. Seu antigo dono, Roberto Civita, demorou para aceitar que o negócio de revistas seria atropelado pela internet. A escolha do Publisher será decisiva para saber como será a Veja sem os Civita. Uma nova onda demissões para “enxugar” a empresa também pode acontecer.

EX-REFERÊNCIA

A Veja já foi um dos símbolos máximos do jornalismo brasileiro. Indispensável, como era seu slogan. Mas a partir dos anos 2000 ela trocou sua credibilidade por ataques sistemáticos aos governos do PT, a ponto que contratar qualquer um para ser blogueiro, desde que odiasse Lula. Perdeu credibilidade, publicidade e mesmo com a vitória da direita em 2018 não pode comemorar, pois os seguidores de Jair Bolsonaro também não gostam da revista.

IMIGRAÇÃO

Portugal recebeu nos últimos dias, as primeiras famílias de um total de mil refugiados que o país se dispôs a receber em um programa ligado a União Europeia e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. Eles chegam da Síria e Sudão do Sul e serão um teste para um dos poucos países da União Europeia onde a extrema-direita nacionalista não ganhou relevância até agora. Portugal é acostumado a receber migrantes, mas eles vem em sua maioria de países lusófonos. Com certeza haverá um grupo tentando usar os refugiados para ampliar um discurso nacionalista. A forma que em que os imigrantes forem adaptados ao país será decisiva.

IMIGRAÇÃO (2)

Enquanto Portugal recebe refugiados, o presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que irá revogar a participação do Brasil no Pacto Global da Migração, assinado pelo chanceler atual, Aloysio Nunes, há poucos dias. Como exemplo, Bolsonaro falou que viver em alguns locais na França hoje está insuportável por causa de muitos imigrantes. Um embaixador frances já ironizou o presidente, comparando o número de homicídios na França com o Brasil. Ora, a fala do presidente é um mero mimimi para jogar para sua torcida. O Brasil pouco recebe refugiados porque ninguém quer ir pro país. Nem mesmos os venezuelanos, visto que a maioria dos refugiados de lá vão para os outros países da América do Sul. A fala do presidente eleito é só uma bobagem ideológica.

FELIZ NATAL

Este volta volta a ser atualizado no dia 2 de janeiro.[:]

Giovanni Ramos

Jornalista, consultor de comunicação, investigador de media regionais.

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