Nos primeiros dias do governo Bolsonaro, vários analistas na imprensa apontaram que o governo se mantinha com o discurso de campanha e que o novo presidente e seus ministros precisariam entrar logo na realidade. Pois bem, a realidade chegou e já estamos com saudades quando os atos do bolsonarismo eram só palanque de campanha.
O novo presidente mudou o edital para aquisição dos livros didáticos que serão entregues em 2020 na rede pública. Pasmem: não é mais necessário que eles venham com referências bibilográficas. E não para por aí, notícia do Estadão mostra que erros de revisão e impressão e publicidade poderão entrar nas obras. Segundo a Folha de São Paulo, o compromisso de não violência contra a mulher também foi suprimido do edital.
Bolsonaro avisou a ONU que o Brasil vai sair do Pacto Global de Migração da entidade. O presidente voltou ao seu estilo de palanque usando o twitter para falar que o país é soberano sobre quem aceita receber no país, que imigrante precisa cantar o hino nacional e outros blablablá. Disse ainda que o Brasil continuará acolhendo venezeuelanos que fogem do ditador Maduro. Essa é a única crise migratória do Brasil, mas os venezuelanos apenas estão de passagem. A maioria não quer ficar no Brasil, quer ir para outro país sulamericano, que também fale espanhol. Ninguém quer morar no Brasil, o país não é um destino de refugiados como a Itália, por exemplo. A imigração nunca foi um problema para nós, pelo contrário, foi assim que a nação se ergueu. A ação do presidente é infantilidade, é fazer um péssimo marketing e piorar a imagem junto aos outros países do mundo.
O assunto foi o mais comentado na terça-feira (8), mas vale repetir. O filho do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) foi promovido a assessor do presidente do Banco do Brasil e terá seu salário triplicado, chegando a 36,3 mil reais. O nepotismo é um velho clássico da política brasileira e não seria diferente com um governo que só é novidade da boca para fora.
Entre as bizarrices dos primeiros dias do governo, algumas continuam não indo para frente. O presidente que recuava também desistiu da ideia ventilada de uma base militar americana no país. Por que? Porque os militares brasileiros não querem. Não é por acaso que muitos falam que o verdadeiro político do Exército é o vice General Mourão e não o capitão Bolsonaro.
As primeiras notícias do novo governo de Santa Catarina, também nas mãos (em tese) do bolsonarismo, vão em outra direção. Carlos Moisés (PSL) resistiu a pressão dos reacionários para colocar um secretário de Educação alinhado com o “Escola Sem Partido” e colocou um técnico ligado ao ensino profissional. Nos primeiros dias de governo, buscou pontes com a oposição, Assembleia Legislativa, não procurou inimigos (nem na imprensa) e ainda apresentou a proposta de implantar o imposto verde no Estado, isto é, produtos nocivos ao meio ambiente pagariam mais impostos.
Bolsonaro não foi chamado de Trump dos trópicos pela imprensa internacional por acaso. Ontem, o presidente americano foi a televisão para atacar os Democratas, que controlam a Câmara dos Congressistas, exigindo que eles aprovem o orçamento que preveja 5 bilhões de dólares para construir o muro na fronteira com o México. Lembrando que a promessa de campanha de Trump era construir o muro fazendo os mexicanos pagarem. Com os Democratas controlando parte do Legislativo e com a esquerda no poder no México, vai ficar difícil.[:]
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