É verdade que o MDB não deixou de ser o velho MDB de sempre, inclusive com apoios ao novo governo, inclusive com um integrante na Esplanada dos Ministérios (Osmar Terra, no Ministério da Cidadania). Mas quem vai ser o MDB do governo Bolsonaro é o DEM. Explico mais abaixo:
Com apoio direto do Executivo, do Centrão e até mesmo de partidos de esquerda, Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados. Maia é visto como aliado estratégico, pois teria capacidade de articular o Congresso nas votações de reformas. Porém, o Executivo sabe que Maia não está ali somente pelo governo, é um aliado, não um capacho. Já no Senado, o ministro da Casa Civil Onix Lorenzoni (DEM-RS) articulou para derrubar Renan Calheiros (MDB-AL) e eleger Davi Alcolumbre (DEM-AP) na presidência. Com isso, o Democratas passa a coordenar as duas casas, com aliados do governo, mas não submissos ao bolsonarismo.
Parte da imprensa passou a acreditar que Renan Calheiros possa virar uma espécie de líder da oposição no Senado. Bobagem. Calheiros não nasceu para ser oposição. É governista por natureza. Seu desafeto no Planalto é o ministro Onyx Lorenzoni, a quem apelidou de Chuveiro Lorenzetti em outros tempos. O cacique do MDB vai se vingar, mas o alvo não será Jair Bolsonaro. Não vale a pena para ele. O presidente também não vai querer brigar com o cacique, até conversou com ele quando Calheiros foi escolhido para disputar a eleição do Senado pelo MDB.
PSL NÃO TEM FORÇA
O PSL pode ter hoje, a segunda maior bancada na Câmara, mas não é um partido, é um aglomerado de lideranças de vários grupos diferentes, unidas pelas pelo apoio a Bolsonaro. A sigla já está brigando internamente e só tivemos 30 dias de governo. Só com o PSL, Bolsonaro não se sustenta. Ele vai precisar, ser dependente do DEM como o PT ficou dependente do MDB após o Mensalão.
Depois de viver a sombra do PSDB, o DEM tem a grande chance do protagonismo. Tem as duas casas do Congresso e um presidente nas mãos. A tendência é Bolsonaro ocupar mais o papel de chefe de Estado, enquanto o DEM + Paulo Guedes ficam com a chefia do governo. Se o Jair decidir brigar com os demistas, o risco é grande. O partido tem condições plenas de derrubar o presidente.
O vice-presidente acorda e toma café pensando em como vai assutar/provocar o bolsonarismo. O general Hamilton Mourão (PRTB) já deixou claro que não aceita ser um vice decorativo. Adora se aparecer, falar com a imprensa e deixar evidente suas diferenças com o presidente. Quer mostrar a todos que possui mais capacidade, que é uma figura mais moderada que o titular. Assim como Temer, Mourão quer protagonismo. Se o presidente não souber lidar, Mourão será um problema como Temer foi. O ex-presidente será do MDB, um partido forte, estruturado, gigante, que sabia exatamente o que fazer no caso da queda da Dilma. Mourão também sabe, mas hoje está no minúsculo PRTB. Fica a pergunta: até quando?[:]
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