Cercado de polêmicas criadas por si próprio, sem a intervenção da oposição, o governo Bolsonaro larga com a mais baixa aprovação desde Collor. Os números do Ibope mostram que a imagem do governo e a pessoal de Bolsonaro caíram de janeiro para agora, em um cenário muito diferente dos primeiros mandatos de Fernando Henrique, Lula e Dilma. A queda das avaliações somadas de ótimo e bom foi de 15 pontos percentuais, um valor significativo.
Laranjal do PSL, proximidade da família do presidente com milícias no Rio de Janeiro, declarações trapalhadas de ministros, briga interna pela influência no ministério da educação e situações bizonhas como o tuíte contra o carnaval, seguido do “o que é golden shower”. Enquanto o PT se ocupa com Lula Livre e Maduro, enquanto as outras centro-esquerdas (PDT e PSB) ainda se reorganizam, enquanto o PSDB continua sem rumo e os demais partidos avaliando se entram ou não no barco, Bolsonaro tinha a chance de fazer o que quisesse no início do governo. Está perdendo a chance.
A reação dos seus eleitores mais fiéis aos números do Ibope foi a esperada: optaram por descreditar o instituto de pesquisa, de dizer que está tudo bem, mantendo o discurso de campanha, falando já 2022. A militância do PT também agia dessa forma (deu no que deu), mas a grande dúvida é saber se o governo terá a mesma reação dos seus militantes. Se cair no conto que é tudo conspiração da imprensa, que o povo está feliz e tudo mais, o governo corre o risco de se complicar ainda mais em breve. Os militares e o DEM, ao que parece, já perceberam o quanto as trapalhadas iniciais atrapalham o governo.
Se a popularidade do presidente continuar a cair, a reforma da previdência nem chegará a ser votada no Congresso. Por mais que a ala racional do governo tente se concentrar neste projeto, a maior parte dos deputados são do centrão e são influenciados diretamente pela imagem do Executivo junto a população. Ainda há chances de a reforma sair porque as esquerdas continuam desorganizadas, se preocupando com detalhes individuais do presidente e ainda não fez uma contra campanha forte nas ruas sobre a previdência. O povo, em geral, é contra essa reforma. Mas as esquerdas ainda não convenceram o povo a ir as ruas.
Com apenas 10 deputados, o PSOL vem ganhando destaque nos primeiros meses do novo governo. Com uma liderança em projeção nacional (Marcelo Freixo) e com uma bancada feminina renovada, o partido aparece mais que PT, PSB, PDT e PCdoB no momento. Se continuar bem organizado, vai conseguir projetar suas lideranças e ter um salto significativo para 2020.
O Supremo Tribunal Federal vai julgar a partir de 10 de abril, o recurso que pede a revisão da questão do cumprimento de pena após a condenação em segunda instância, caso no qual Lula está enquadrado. Será uma oportunidade para o bolsonarismo reorganizar a sua tropa. Vamos ver como os partidos lidarão com esse assunto, que terá tema de várias postagens por aqui.
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