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Volte para o Twitter

Em 2010, o twitter foi a grande sensação da Copa do Mundo da África do Sul. Foi por ela, que milhares de pessoas ao redor do mundo comentaram e noticiaram os jogos do mundial, com direito a fatos memoráveis como o “Cala Boca Galvão”, que despertou a curiosidade dos estrangeiros e foi motivo até de “pseudo-documentários” de humor. Dois anos antes, o microblog foi a grande ferramenta de comunicação online em uma das maiores catástrofes climáticas do Brasil ocorrida no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A rede social transformou-se na rede de informação mais usada depois do rádio e foi o meio para espalhar a solidariedade após a enchente.

Depois disso, o twitter viu o Facebook como uma avalanche, derrubando todas as redes sociais, incluindo o até líder Orkut, tornando-se a ferramenta mais utilizada no Brasil e no mundo. Mas em 2014, diante de outra Copa do Mundo e de mais uma enchente em Santa Catarina (duas em um mês, para ser mais exato), o twitter mostrou novamente a sua força.

Quanto está o jogo? Quem fez o primeiro gol? Estamos todos de acordo que não é preciso entrar em uma página esportiva para saber isso em uma Copa do Mundo. Mas qual a melhor rede social para se informar? Fiz esse teste nessa Copa. Dentro de um ônibus, queria saber os resultados dos jogos acessando twitter e facebook.

A rede social do Mark Zuckerberg me dava os resultados desatualizados na timeline. Por quê? Porque o Facebook não mostra mais a sua timeline pelas postagens mais recentes e sim por aquelas que ele julga “mais importante”. O sujeito posta um comentário quando um time faz 1 a 0, 50 pessoas curtem e 10 comentam no post. Quando o adversário empata, a postagem não tem tanta repercussão. Resultado: o placar antigo vai para cima na sua timeline…

Timeline cronológica e posts curtos com poucos caracteres. Isso só seria suficiente para o Twitter ser uma ótima ferramenta para informação. Mas na Copa do Mundo, o passarinho vai além: caso você esteja no desktop/note, a rede possui um widget especial para o Mundial, com o placar atualizado dos jogos e acesso direito a todas as postagens sobre os jogos, além daquele recurso de postar as bandeiras das seleções, bobo, mas que todo mundo adora.

O twitter é a rede social da Copa e o mundial é o assunto predileto no microblog. Durante a partida Brasil x Chile, realizada no último sábado (28), o twitter atingiu seu pico: foram 88.985 tweets por minuto após o fim da partida. Desde o início do jogo foram 16,4 milhões de tweets.

No caso da enchente, se repete a situação da atualização da notícia. Voltando de uma viagem longa para a cidade de Blumenau, afetada pelas chuvas no começo do mês de junho, queria saber o nível do Rio Itajaí-Açu pelo celular. No Facebook, vinham notícias do rio a oito metros. Fui para o twitter e peguei a informação atualizada, com o rio chegando próximo de 10 metros.

O twitter teve sua grande fase, o seu auge modinha. Depois disso, muita gente abandonou o pássaro e a rede ficou ainda melhor. Por que? Porque ela redescobriu sua verdadeira vocação: a instantaneidade, uma rede social de natureza jornalística, onde o objetivo é informar e não discutir ou se inteirar.

O que será do Facebook após a modinha? Eis o grande mistério. Enquanto pensamos nisso, deixa o “Face” para as postagens maiores, discussões e fotos e volta para o twitter!

publicado originalmente no blog da Seekr

Giovanni Ramos

Jornalista, consultor de comunicação, investigador de media regionais.

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