O Portal Terra lançou no começo de abril, seu novo projeto de layout e arquitetura da informação. Muito mais do que fazer um visual novo, o site do grupo Telefónica foi vanguarda e lançou uma tendência que deverá dominar o mercado de jornalismo online nos próximos anos. A nova plataforma é uma fusão dos portais de notícia como conhecemos hoje com as redes sociais e os aplicativos móveis.
A barra em cima lembra a de uma rede social. Menu com o ícone universal, barra de pesquisa e a possibilidade de personalização. A foto do seu perfil, arredondada, lembra muito a do Google+.
A distribuição das chamadas e também da publicidade lembram muito a home do Windows 8, com caixas que vão se modelando. A capa do Google+ e as galerias de fotos do Flickr também seguem esse padrão, agora adotado pelo Terra.
Os menus das editorias dos portais começaram no lado esquerdo. Depois, foram para o lado direito seguindo o modelo Wodpress e hoje, estão em sua maioria na parte superior, após o cabeçalho com a logomarca do site. O Terra abandonou tudo isso e fez o menu igual nas redes sociais. Um botão só que, após clicar, abre a lista.
Esse formato é usado nos dispositivos móveis, tanto em aplicativos, como em sites responsivos. O Terra criou um padrão que ele fica igual independente do aparelho a qual está acessando.
O fato de disponibilizar um perfil do internauta, ligando com Facebook e Google+, permite que o Terra personalize a capa de acordo com aquilo que você mais se interessa. Aqui entra o estilo google de filtro de conteúdo. E funciona. Bastou eu entrar com o meu perfil que começaram a surgir notícias de Santa Catarina na capa.
Segundo o próprio Terra, a nova plataforma permite mais de 100 milhões de páginas iniciais distintas por dia, garantindo a personalização automática do internauta.
Esse novo formato vai embaralhar ainda mais o jornalismo tradicional. Em 2008, eu trabalhava no ClicRBS como editor de Capa, isto é, ficava o dia inteiro garimpando tudo que é conteúdo produzido pelo Grupo RBS na internet e colocando na capa do site versão Santa Catarina. O trabalho era importante, pois o jornalista tinha a responsabilidade de escolher o que o usuário viria na frente, algo que os editores executivos fazem nos jornais. Escolher o que é mais importante.
A plataforma do Terra joga parte desse trabalho no lixo. Ainda há o papel do jornalista dizer o que é conteúdo importante, passível de entrar em uma das 10 milhões de capa por dia. Mas ele não decide mais isso sozinho. Cada internauta é o seu próprio editor.
Por isso, o novo Terra é mais uma paulada no jornalismo tradicional que atua na internet, que já tinha apanhado com a chegada do Brasil Post, a versão brasileira do Huffington Post. O novo portal associado ao Grupo Abril possui 300 blogs como base do conteúdo, horizontalizando a linha editorial.
A comunicação online está mudando e mudando drasticamente. Quem não for esperto, vai chorar depois dizendo que não há mais espaço para o jornalismo na internet. Há sim, mas é outra coisa!
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