O Brasil é o segundo país onde os usuários de internet mais confiam nos meios de comunicação, com 60% de confiança. O líder é a Finlândia com 62%. Os números são do Reuters Institute Digital News Report 2017, um estudo feito pela Universidade de Oxford com 72 mil pessoas em 36 países e foi usado como base para o Digital News Report 2017 Espanha, produzido por pesquisadores do Center for Internet Studies and Digital Life da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra, publicado nesta quinta-feira (22).
Os números detalhados da Espanha apontam para um crescimento do consumo de notícias pela internet e também um aumento da confiança nas notícias, com 51%, 9% a menos que o Brasil. Mas outros dados apresentados servem de alerta não apenas para a imprensa espanhola, mas para todo o mundo. O desinteresse dos jovens pelas notícias, a resistência ao conteúdo pago na internet, a força dos móveis e a queda livre dos impressos já eram esperados e estão provados no relatório.
O Digital News Report 2017 Espanha você confere AQUI. Veja abaixo, alguns números interessantes do relatório:
50%
dos entrevistados afirmaram que evitaram ler notícias por diversas razões
53%
do público digital não paga NADA para se informar (em meio nenhum) e apenas
9%
pagou por conteúdo digital em 2016. e já
57%
acha muito improvável que vá pagar alguma informação digital em 2017.
Entre os que pagam
39%
contrataram uma assinatura digital, contra 38% de uma assinatura que inclui outros serviços
e apenas
14%
fez algum tipo de doação sem assinatura para um serviço de informação digital. Leitores de blogs e redes sociais são os que possuem menor disposição para pagar pela informação, comparado aos que são informados mais por meios impressos, rádio, TV e outros digitais.
E o motivo principal para as pessoas não pagarem por conteúdo é óbvio: para
55%
o motivo é a facilidade para conseguir as notícias gratuitamente.
Além de não pagarem, os usuários estão impedindo que a publicidade apareça nos portais de notícias com
28%
afirmando que usa os “ad blocks”. Quando o público se restringe dos 18 a0s 24, o número de usuários com bloqueadores sobe para 47%.
A televisão é ainda o meio favorito para se informar com
42%
da preferência. A internet vem em segundo com 39%.
Entre os jovens, a internet já lidera a preferência com
61%
contra 27% da televisão tradicional. Só as redes sociais e blogs possuem 33%
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Observações:
Além do dado que o Brasil é um dos países com maior confiança online nos meios de comunicação (aquele seu amigo revoltado vive numa bolha) destaca-se o posicionamento dos jovens espanhóis na pesquisa. A maioria lê pelas redes sociais/blogs, não paga por conteúdo, não acredita muito nos meios tradicionais e ainda bloqueia a publicidade que poderia bancar o veículo. Como sustentar um jornal digital voltado a esse público?