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25 de setembro de 2018

Haddad x Bolsonaro em outro patamar

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IBOPE

A pesquisa Ibope do dia 24 de setembro vai ser muito festejada pelo PT. Não apenas pelos resultados imediatos, que confirmam a ascensão de Fernando Haddad e a parada de Jair Bolsonaro e Ciro Gomes. Os dados do segundo turno são as armas do petismo agora e a rejeição é o ponto mais importante para Bolsonaro refletir. O Ibope colocou a briga dos dois em outro patamar e uma terceira via está cada vez mais difícil…

SEGUNDO TURNO

Pela primeira vez, Haddad apareceu na frente em uma simulação de segundo turno contra Bolsonaro fora da margem de erro. Na sexta-feira, o DataPoder 360 já apontava o crescimento do petista, que venceria o candidato do PSL por 43 a 40. Mas ainda era um empate técnico dentro da margem de erro. Agora não, 43% a 37%, seis pontos, é o que o PT precisava para derrubar a tese do voto útil para Ciro. A vantagem de PDT para Bolsonaro continua maior, 13 pontos. Mas o crescimento de Haddad mostra que ele pode sim vencer a eleição no segundo turno, que a rejeição ao PT já não é a mesma de 2016. “Votar Haddad é eleger Bolsonaro” não se sustenta mais.

REJEIÇÃO

A curva do petista é ótima em todos os sentidos. Subiu em todas as regiões do país, assusta menos o mercado que Lula e sua rejeição oscilou de 29% para 30%, muito abaixo dos 46% de Bolsonaro, que viu sua rejeição crescer quatro pontos percentuais. Aliás, esse é o ponto mais importante para o PSL hoje. A oportunidade de criar um BolsoLight após o atentado foi jogada fora. O discurso radical misógino e homofóbico dos seus militantes (canções contra mulheres em Recife, gritos de “Bolsonaro vai matar viado” em Belo Horizente) tudo isso ajudou a queimar ainda mais a imagem do candidato.

MUDANÇA

Ou Bolsonaro muda radicalmente a campanha, acena para o eleitorado feminino que faz campanha contra si, busca uma conciliação e, PRINCIPALMENTE, tenta por um freio nos seus militantes, ou Bolsonaro corre até um risco (embora muuuuito pequeno) de ver seus votos voltarem para o PSDB de Geraldo Alckmin ainda no primeiro turno. A reação dos militantes do PSL na internet depois da pesquisa mostram que eles não entenderam nada do que está acontecendo: mais ataques a possíveis eleitores no segundo turno.

MAIS GESTOS

Se Haddad cresceu e suas chances de vitória passaram a ser reais nas últimas pesquisas, dá-se não apenas pelo lulismo, mas também pelo perfil moderado de Haddad. Duvida? Ele melhorou sua votação no Sul, onde Lula possui uma rejeição gigantesca. Haddad também fez acenos ao mercado, afastando os economistas mais radicais e deixando o boato que o economista ortodoxo Marcos Lisboa pode ser seu ministro da Fazenda. Assim como Bolsonaro ainda tem tempo e espaço para acenar ao outro lado, Haddad também pode fazer isso: o perfil pessoal dele lembra mais o FHC que de Lula. Haddad é o mais tucano dos petistas. Explorar o nome de Lula alavanca votos no Nordeste e na população mais pobre, investir no nome de Haddad pode ajudá-lo no segundo turno contra Bolsonaro.

“Haddad é o mais tucano dos petistas”

ÚLTIMAS CARTADAS

Buscar o eleitor antipetista, mas não maluco radical, que não quer Haddad no poder e que perdeu a paciência com Bolsonaro deve ser a última cartada tanto de Geraldo Alckmin (PSDB) como de Ciro Gomes (PDT). Esse eleitorado é de centro e centro-direita e rejeita os dois líderes das pesquisas. Quem conseguir capitalizar melhor esses votos pode chegar na semana final sonhando em ser a terceira via. Em favor de Ciro, ter uma militância organizada na internet. Em favor de Geraldo, o apoio da mídia tradicional.

SANTA CATARINA

Nem Mauro Mariani (MDB), nem Gelson Merísio (PSD), nem Décio Lima (PT). Quem lidera as eleições para governador em Santa Catarina são os votos brancos/nulos e eleitores indecisos: 35%. A menos de duas semanas das eleições, temos uma disputa aberta, improvável e muito difícil de arriscar quem estará no segundo turno (e se vai haver segundo turno, mesmo). Mariani e Merísio possuem estrutura, mas são nome muito pouco estadualizados. Décio é estadualizado, mas não possui estrutura. A disputa ao governo catarinense ficou em segundo plano para os eleitores.

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