Quantidade ou qualidade? Eis uma pergunta que pode ser aberta em qualquer tipo de discussão. Não importa o segmento, quando falamos em produção, prestação de serviços, este questionamento sempre surge gerando uma controvérsia. Sempre existirão aqueles que avaliam a partir da quantidade, cuja mensuração é matemática, e outros pela qualidade, cuja análise é subjetiva.
A página no facebook de um pequeno site de opinião que administro tinha um número pequeno de curtidas. Decidi ampliar através através do Facebook Ads. Foram poucos reais para ampliar o alcance de algumas postagens interessantes e também em propaganda direta da página, aonde a rede social já apresentava um cálculo que quanto poderia aumentar o número de “likes”.
O resultado, em termos numéricos, foi satisfatório. As postagens tiveram o alcance que resultou em boa repercussão dos artigos publicados no site e o número de likes cresceu conforme prometido pelo Facebook.
Mas quem passou a curtir a página? Trata-se de um blog regional e a publicidade foi direcionada para Blumenau e municípios vizinhos. Comecei a analisar o perfil dos novos “curtidores”. Muitos eram sim, da região, mas o número de pessoas de fora assustou. Até mesmo entre os seguidores locais, o perfil de alguns não eram dos leitores habituais do site. Em alguns casos, pessoas que, se pararem para ler o blog, passarão a não gostar dele.
Eu paguei para o Facebook para ter mais likes e ganhei. Mas preferia ter um número talvez menor, mas com um público mais interessado, engajado. E daí veio a velha pergunta: o que é mais importante? Mais likes ou likes qualificados? Mais visitas ou visitas de pessoas de um público específico?
Na Grande Porto Alegre, o jornal Diário Gaúcho chegou a passar a Zero Hora no número de tiragens na metade da década passada (não sei o cenário atual). Os dois jornais são da RBS e o Diário Gaúcho era o mais lido da região. Ainda sim, o anúncio na Zero Hora era mais caro. Por que? Porque são veículos para públicos diferentes, o mais popular na classe C e o outro nas classes A e B. O que importa nesse caso, não é quantos lêem, mas quem lê.
Trago essa discussão novamente para a internet, onde ferramentas como o Google AdSense é a ferramenta popular para publicação de anúncios. A Google paga pela quantidade de cliques, independente de quem tenha clicado. Vários outros sites utilizam esse formato, chamado de CPM (Clique por Mil Impressões).
O Google filtra esses anúncios e eles só aparecem para o leitor do site se ele tem interesse no assunto, isso ajuda a dar qualidade, levando o anúncio a apenas quem interessa. Mas ainda sim, há dúvidas sobre a qualidade da audiência do site.
Uma página no facebook com milhares de curtidas é uma página popular, certo? Mas quem curte? Quem realmente gosta da página? Uma postagem pode ter 100 comentários, mas boa parte deles pode ser negativos, com críticas ao conteúdo postado. Tem quantidade, tem popularidade, mas não necessariamente qualidade.
Como medir a qualidade de uma página no facebook? Como saber se uma conta no twitter é boa? Quais os critérios para fizer se um blog é bom? A qualidade é, quase sempre, subjetiva. Mas o perfil de quem gosta do site ou da página pode ajudar em muito.
Google e Facebook trabalham nessa segmentação do público. Mas ainda estamos muito preso aos números…