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YouTube Premium: a era das redes sociais pagas

AdBlock no YouTube

Assine o YouTube Premium e veja vídeos sem anúncios. Assine o Blue do X (Twitter) e leia sem anúncios. Primeiro, foram os serviços de streaming, agora entramos na era nas redes sociais pagas. E se você usar um bloqueador de anúncios para não ver os anúncios, bom, agora o YouTube não quer mais deixar isso acontecer.

A Google já havia anunciado que faria um bloqueio para quem usa os bloqueadores de anúncios. A nova regra ainda não entrou em definitivo, mas já é comum você ver uma mensagem da empresa ao entrar no YouTube, pedindo para você cancelar o bloqueador. Posteriormente, a empresa vai impedir totalmente o acesso com AdBlockers ligados.

O YouTube Premium, antigo YouTube Red, possui outras vantagens além da visualização sem propagandas. Por exemplo, a possibilidade de downloads e vídeos em segundo plano (no caso de dispositivos móveis). Mas a verdade é que esses benefícios não foram atraentes o suficiente para bombar o Premium. Fugir da publicidade do YouTube é muito mais apelativo.

Twitter Blue

O Twitter, hoje rebatizado de X, foi a primeira rede social famosa a apostar no serviço premium, o Twitter Blue. A ideia inicial foi a mesma: pague para fugir da publicidade. Entretanto, desde que Elon Musk assumiu a companhia, as estratégias para o Blue foram mais agressivas. A empresa apostou nos criadores de conteúdo/influenciadores, dando mais visibilidade para seus tuítes, apostou no ego do usuário, dando selo de verificado (antes exclusivo para pessoas famosas).

Por fim, permitiu a rentabilização, remunerando os influencers que mais viralizam, com likes, comentários e retuites. Até então, somente o YouTube tinha programa de remuneração para os seus criadores de conteúdos, as demais redes não devolviam nada.

É provável que a Google siga o mesmo destino com o You Tube Premium: hoje, você precisa ter mil seguidores, um número considerável de horas produzidas para entrar no programa de afiliadas. Permitir o acesso à todos que assinem o Premium pode ser uma estratégia.

Antes do YouTube Premium

A ideia de redes sociais pagas foi uma lenda durante os primeiros anos de sucesso dessas plataformas na internet. Primeiramente, havia a lenda urbana que o Orkut seria pago. Depois, o alvo foi o Facebook e o Twitter. As lendas urbanas geravam revolta nos utilizadores, que aceitavam nem imaginar que uma rede social poderia ser cobrada.

As redes sociais são mais um caso de ilusão com o ideal de tudo gratuito. Assim como as redes sociais, os jornais também apostaram em um conteúdo gratuito. Paywall era uma ideia absurda entre 1997 e 2005. Editores e gestores da mídia acreditavam que seria possível bancar um portal de notícias apenas com publicidade. Ora, o público jamais irá pagar com notícias na internet.

Hoje, sabemos que os paywalls são uma regra, tanto que a Google entrou no jogo e ofereceu um serviço recentemente. E temos ainda a questão das leis de proteção de dados. Já não é mais possível sugar todas as informações dos usuários. Assim como os jornais, as plataformas vão precisar diversificar um pouco suas receitas. Portanto, nada melhor que fazer aquilo que todo mundo faz nos meios digitais: produtos freemium.

Hoje, precisamos escolher quais serviços de streaming assinar. Não dá/não vale a pena ter todos. Obviamente, gastamos mais tempo nos que pagamos. Com as redes sociais, em um futuro breve, será igual.

Giovanni Ramos

Jornalista, consultor de comunicação, investigador de media regionais.

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