O Deserto de Notícias é uma consequência da crise do jornalismo em todo o mundo. Afinal, é um fenômeno que atinge mais de 60% dos municípios brasileiros e 18,5% dos municípios portugueses. Estas cidades não possuem jornais, rádios ou TVs e ficam com um apagão de notícias.
Eu publiquei no dia 31 de julho um artigo sobre o assunto na revista Estudos de Jornalismo. O artigo traz o cenário português com uma análise sobre suas origens: o décift populacional no interior do país, principalmente longe do litoral e a questão financeira. As regiões mais pobres são, portanto, aquelas com maior número de cidades afetadas.
Leia o artigo na revista Estudos de Jornalismo
Apesar da porcentagem ser muito menor, o cenário português é parecido com o brasileiro. O deserto atinge o interior e regiões mais pobres. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, portanto, uma evidência que o fenómeno ocorre em situações parecidas em diversas partes do mundo.
No ano passado, eu já havia abordado o assunto com duas postagens: sobre o Brasil e o primeiro levantamento de Portugal. Com o intuito de avançar nesta pesquisa, o artigo foi produzido e publicado como um primeiro mapeamento da situação.
Os problemas do Deserto de Notícias
O jornalismo é um dos pilares da democracia. Uma cidade sem mídia tem a democracia afetada, pois terá a desinformação e os interesses políticos no controle da informação. Por fim, muitas cidades no deserto afetam a democracia de todo um país. Por isso, é de responsabilidade de todos combater o fenômeno.
A partir da publicação, as próximas pesquisas devem avançar em dois caminhos: um detalhamento da crise por regiões e uma ampla discussão sobre a saída, ou seja, como resolver o problema. Os Estados Unidos já deram alguns sinais com projetos sem fins lucrativos.
Eu comento um pouco sobre as causas e os caminhos para resolver o problema no vídeo.